terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Casa de Árvores

Também denominada de Quinta da Melhor Vista e localizada na outrora sede de concelho Verride, a Quinta das Pretas foi propriedade do 2º Visconde de Ponte da Barca. A zona do baixo mondego, como tenho relatado neste blog, é pródiga em grandes quintas, paços e casas nobres ao abandono devido às alterações dos hábitos de um país. Onde antes haviam campos de arroz hoje cultiva-se o milho, embora a tradição da plantação do arroz ainda subsista. Essa transição ocorreu com o passar dos séculos e levou os grandes agricultores da região a irem para outras paragens em busca da rentabilização dos seus investimentos.

"Jerônimo Pereira de Vasconcelos, primeiro barão e visconde de Ponte da Barca (Ouro Preto, 31 de julho de 1788 – Verride, 21 de janeiro de 1875) foi um militar luso-brasileiro. Chegou à patente de marechal-de-campo, além de ministro de Estado honorário e da Guerra. Foi par do reino e fidalgo Cavaleiro da Casa Real.

De 1847 a 1851 foi governador civil de Coimbra. Viveu os últimos anos da sua vida na Quinta da Melhor Vista, em Verride, onde hospedou a Rainha D. Maria II e o Infante D. Luís em 26-V-1852. «Era do Conselho de S.M.F (Sua Majestade Fidelíssima, Título atribuído pelo Papa aos Reis portugueses), grã-cruz da Ordem de Isabel, a Católica, de Espanha, comendador das da Torre e Espada e de Avis, condecorado com a Cruz de Ouro das Campanhas de Montevideu, a Cruz n.º 4 das Campanhas da Guerra Peninsular, a medalha de D. Pedro e D. Maria, algarismo 8, a medalha militar de Bons Serviços e a medalha de prata de Comportamento Exemplar, etc.» «O título de Barão [de Ponte da Barca] foi-lhe concedido por D. Maria II por Decreto de 16-XII-1845 e a mesma soberana o elevou a Visconde, em duas vidas, por Decreto de 12-X-1847.» 
Filho de Diogo Pereira Ribeiro de Vasconcelos, juiz do crime do Rio de Janeiro e Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo, e de Maria do Carmo de Sousa Barradas. Casou-se em 1840 com Maria Leonor Pires Monteiro Bandeira. Seu filho Fernando Luís Pereira de Vasconcelos sucedeu-o no viscondado."

Falta ainda dizer que neste espaço decorreu uma peça de teatro levada a cena pela companhia conimbricense "O Teatrão" com o sugestivo nome de "Arruinados" que se dividiu em três partes. A primeira parte teve como cenário o Colégio da Trindade em Coimbra (que felizmente está a ser recuperado), a segunda cujo cenário foi a Quinta que é tema neste post e a terceira que foi na capitania da Figueira da Foz.


Quando inicialmente comecei a pesquisar este local, li sobre umas escravas que residiam nesta quinta como lacaias do Senhor da Quinta e que daí terá vindo o nome de Quinta das Pretas mas perdi-lhe o rastro e nunca mais encontrei essa "estória". Isso poderá indicar que não era verdadeira, mas além dessa não encontrei qualquer outra explicação para a Quinta da Melhor Vista ser conhecida como sendo das Pretas. Tendo em conta a origem brasileira do Visconde esta explicação poderá não ser assim tão descabida... Se alguém tiver dados para me ajudar a construir a história, eu agradeço! Espero que gostem desta casa de árvores.











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